Nem
vale a pena comparar o último selo da cueca de John Travolta com o
clássico Death Wish (1974), transposto para papel higiénico
pelos dedos sujos de uma criança de oito anos com deficiência
mental aguda. Velho, barrigudo e com braços enfezados como
gravetos, Travolta é uma sombra do que Sylvester Stallone fez dele
em 1983 (Staying Alive – A Febre Continua) e, nos seus 63
anos, já nem faz lembrar o período de recuperação de Get
Shorty (1995) e Broken Arrow (1996). Canastrão como
poucos da sua geração, repete o Face/Off (1997) com Nicolas
Cage, já que o papel ia ser inicialmente deste, a desistir por
atrasos na produção, a mesma razão para William Friedkin ser
substituído ao leme por Chuck Russell, realizador sem trabalho há
14 anos mas que, no século passado, assinou poucos mas bons títulos:
Pesadelo em Elm Street III (1987), The Blob (1988), A
Máscara (1994) e Eraser (1996). O seu último filme foi o
primeiro de Dwayne Johnson (O Rei Escorpião, 2002) e não o
deixou, nem ao épico do tipo Conan o Bárbaro, ficar mal. Não
é o caso de Eu Sou A Fúria, porque a história é estúpida
e a peruca de Travolta distrai demasiado.
Num mercado saturado de vinganças pessoais pela morte das esposas, esta é tão tarefeira que admira como é que teve luz verde até nos lembrarmos em que ponto está a carreira de Nicolas Cage. E a de John Travolta. Christopher Meloni, mais robusto mas igualmente acabado, é um secundário sem lustro. Mais sorte teve Rebecca de Mornay, inchada de menopausa, mas colírio para tanto sal, por se despachar em duas cenas introdutórias. Antes tivesse sido ela a vingar a morte do marido ...
Num mercado saturado de vinganças pessoais pela morte das esposas, esta é tão tarefeira que admira como é que teve luz verde até nos lembrarmos em que ponto está a carreira de Nicolas Cage. E a de John Travolta. Christopher Meloni, mais robusto mas igualmente acabado, é um secundário sem lustro. Mais sorte teve Rebecca de Mornay, inchada de menopausa, mas colírio para tanto sal, por se despachar em duas cenas introdutórias. Antes tivesse sido ela a vingar a morte do marido ...
Eu
Sou A Fúria é filme para ver domingo à tarde, bem acompanhado,
com pipocas e de costas voltadas para a tela. Não só o twist
se torna evidente cedo (assim que o primeiro «gatuno» diz que o
homicídio não foi acidental, lembramo-nos de que a vítima se
queixou, por duas vezes, de que o chefe a obrigou a confirmar números
por estar desagradado com os resultados), como o resto é igualmente
previsível e, infelizmente, inepto. Os heróis (Travolta e
Meloni) são fotografados à noite por um telemóvel, através de uma
janela, à distância e a manterem-se discretamente nas sombras, mas
Meloni é identificado em poucas horas como o dono de uma barbearia
de bairro e, mesmo depois de enfrentar três capangas enviados ao
estabelecimento, os heróis continuam a utilizar a barbearia como
refúgio, apesar desta estar comprometida; mas os mânfios não
revisitam o local do crime, porque, senão, teria de montar-se mais
um cenário. Enfim ...
I
Am Wrath 2016
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