Friday, June 3, 2016

CRÍTICA: High Strung, de Michael Damian

Uma migrante americana e um turista inglês cruzam-se numa plataforma do Metro de Nova Iorque e ele deixa que lhe roubem o violino que é o seu ganha-pão, na dita estação, na véspera de descobrir que foi burlado pelo advogado a quem entregou todo o dinheiro que tinha em troca de um visto de permanência. Ela é bailarina numa escola de música que empresta instrumentos a alunos e o problema parece resolvido, especialmente porque se aproxima uma competição de dança e toque com um prémio chorudo. Ele, entretanto, teve dois ataques de frustração, num dos quais pontapeou um caixote do lixo público e no outro atirou o telemóvel pela janela, sorte ser de uma marca australiana e ter-lhe voltado misteriosamente para o bolso assim que precisou de atender uma chamada, o senhorio a ameaçar despejá-lo se não paga a renda até ao final do mês, o que ele não está preparado para fazer porque a carteira anda leve. Lembram-se da tal competição?
Co-escrito (com o toque feminino da esposa) e realizado por Michael Damian, High Strung é um dominó de clichés, mas é também um filme de dança cheio de pequenas coreografias: clássica, contemporânea, hip hop, dub step e tradicional irlandesa. Quanto ao violino clássico que soa como um violino eléctrico, não tem importância. Infelizmente, a competição final é pouco inspirada e a trecho musical pouco original, já que vai sendo ensaiado ao longo do filme. Estreia de Keenan Kampa, a primeira bailarina americana a estudar na famosa Academia Vaganova de S. Petersburgo, elogiada tanto nas piruetas como nos saltos, o que faz dela um caso raro, sendo ainda possível confirmar que está tão à vontade em pontas que as repete a cada oportunidade. Nicholas Galitzine não toca violino, mas imita-o com os abdominais à mostra, Sonoya Mizuno mostrou mais em Ex-Machina (2015), mas aqui também dança e o resto é música.
High Strung 2016

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