Uma
migrante americana e um turista inglês cruzam-se numa plataforma do
Metro de Nova Iorque e ele deixa que lhe roubem o violino que é o
seu ganha-pão, na dita estação, na véspera de descobrir que foi
burlado pelo advogado a quem entregou todo o dinheiro que tinha em
troca de um visto de permanência. Ela é bailarina numa escola de
música que empresta instrumentos a alunos e o problema parece
resolvido, especialmente porque se aproxima uma competição de dança
e toque com um prémio chorudo. Ele, entretanto, teve dois ataques de
frustração, num dos quais pontapeou um caixote do lixo público e
no outro atirou o telemóvel pela janela, sorte ser de uma marca
australiana e ter-lhe voltado misteriosamente para o bolso assim que
precisou de atender uma chamada, o senhorio a ameaçar despejá-lo se
não paga a renda até ao final do mês, o que ele não está
preparado para fazer porque a carteira anda leve. Lembram-se da tal
competição?
Co-escrito
(com o toque feminino da esposa) e realizado por Michael Damian, High Strung é um
dominó de clichés, mas é também um filme de dança cheio de pequenas coreografias:
clássica, contemporânea, hip hop, dub step e tradicional irlandesa.
Quanto ao violino clássico que soa como um violino eléctrico, não
tem importância. Infelizmente, a competição final é pouco
inspirada e a trecho musical pouco original, já que vai sendo
ensaiado ao longo do filme. Estreia de Keenan Kampa, a primeira
bailarina americana a estudar na famosa Academia Vaganova de S.
Petersburgo, elogiada tanto nas piruetas como nos saltos, o que faz
dela um caso raro, sendo ainda possível confirmar que está tão à
vontade em pontas que as repete a cada oportunidade. Nicholas
Galitzine não toca violino, mas imita-o com os abdominais à mostra,
Sonoya Mizuno mostrou mais em Ex-Machina (2015), mas aqui
também dança e o resto é música.
High Strung 2016
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