Wednesday, May 29, 2024

CRÍTICA: Luther: The Fallen Sun, de Jamie Payne

Luther, a série criada e escrita por Neil Cross, teve cinco temporadas (2010-2019), durante as quais acompanhou o homónimo agente da polícia judiciária britânica nas suas pouco ortodoxas investigações a variados serial killers nas entranhas londrinas. A série teve um total de 20 episódios espalhados ao sabor da disponibilidade da carreira cinematográfica do seu protagonista (a primeira temporada teve seis episódios, a segunda e terceira quatro cada, a quarta só dois e a quinta novamente quatro), o actor Idris Elba, a grande razão do sucesso da série e do personagem, já que todas as temporadas os guiões testaram a paciência da audiência até alcançarem um desfecho satisfatório do ponto de vista da justiça, contornando inúmeras vezes a lei e as boas regras de conduta policial e da moralidade em geral. Cancelada a série, foi emprestada em 2021 à televisão francesa para uma versão homónima que durou apenas uma temporada mas manteve a centelha e alimentou a esperança de Cross neste primeiro filme produzido pela Netflix (2023).

Jamie Payne foi o realizador da última temporada de Luther, de quatro episódios. Habituado a duas décadas na televisão, o novo filme mantém o registo, apenas condensando a história numa versão ainda mais intragável. O primeiro acto é forte, mas as montanhas têm tendência a parrir ratos e o guião de Fallen Sun é pleno de conveniências e facilitismos que lhe tiram todo o peso e credibilidade, tornando-o num thriller inconsistente que se assiste na vã esperança de que melhore, mas nem as motivações do vilão convencem, nem as reviravoltas do herói, um polícia injustamente condenado e preso, mas que se evade para impedir que um serial killer prossiga a sua missão. O jogo de gato e rato com a polícia é pobre e com o vilão é mendigo. Quanto ao protagonista, uma facada na barriga colada com super-cola, tortura, hipotermia, demasiado tempo debaixo de água, nada o detém. O costume.

Luther: The Fallen Sun 2023

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