Saturday, March 8, 2025

CRÍTICA: Anatomia de uma Queda, de Justine Triet

Numa cabana nas montanhas nevadas, um homem morreu dois pisos abaixo da janela aberta do sótão que renovava. O filho quase cego tinha ido passear o cão, retornou para presenciar o resultado, a viúva chama a polícia e é acusada do homicídio. Durante o julgamento, que começa por ter a viúva como ré, mas acaba a sentar na bancada todo um mal societário. As relações não são perfeitas e as pessoas que as compõem também não. Há complexidades em vida que dificultam a simplicidade da morte, as testemunhas querem honrar os mortos mas destilam a sua própria descriminação, a imparcialidade é um mito e a memória um labirinto.

Oscar Golden Globe BAFTA e César para melhor guião e Palma de Ouro em Cannes 2023, Anatomia de Uma Queda é a segunda colaboração na escrita da realizadora Justine Triet com o actor, realizador e argumentista Arthur Harari, depois de Sibyl (2019). Tecnicamente, o filme é exasperante, especialmente no ritmo com que desenrola a narrativa e impressão que causam os actores, especialmente, Sandra Hüller. No fundo, é o projeto possível, que vive dos temas e das nuances e não da forma como os capta e expõe. Podia ser muito melhor, mas é melhor do que nada.

Anatomie d'Une Chute 2023

CINEMA & ASSOCIADOS

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